Publicado em: 10/11/2017 17:39 | Fonte/Agência: . | Autor: Celso Massaoka - Engenheiro Civil - PR-27447/D
As ESTACAS ESCAVADAS MECANICAMENTE
caracterizam-se por serem moldadas no local após
a escavação do solo. São executadas através de torres
metálicas acopladas a caminhões onde são empregados
guinchos, conjunto de tração e haste de
perfuração hidráulica constituídas de trados em sua
extremidade, procedendo o avanço através de prolongamento
telescópico. Sendo uma ótima solução
para dimensionamento de fundações quando da sua
viabilidade executiva e, sem qualquer dúvida, correspondem
à maioria absoluta das soluções de fundações
profundas de nossa região.
Vantagens - Com o equipamento adequado, o
tempo de execução dos serviços é bem reduzido devido
à alta produção das perfuratrizes. Também os custos
finais das fundações tendem a serem reduzidos comparado
à solução em estacas pré-moldadas ou tipo hé-
lice contínua, mas não necessariamente em todos os
casos. Outras grandes vantagens são o baixo nível de
vibração, podendo ser executada próximo à divisa sem
dano as construções vizinhas, permite amostragem do
solo escavado e tem uma enorme capacidade de carga
por estaca devido a grandes diâmetros.
Desvantagens - Se o equipamento utilizado
for de má qualidade e/ou o operador não possuir qualificação
adequada, podem surgir verdadeiras “aberrações”
ao invés de estacas, com excentricidades e
inclinações acentuadas em demasia, além do alargamento
excessivo do fuste (corpo) da estaca (acarretando
num consumo elevado de concreto). E, além da
perfuração, se a empresa de fundações não orientar
bem o responsável pela concretagem, as mesmas podem
vir a ser executada com resistência inadequada
e/ou com concreto contaminado, seja pela presença
de terra e água, pela instabilidade da parede do furo
ou outros fatores.
Utilização - Embora sejam viáveis como solução
para as mais diversas estruturas e ações de
carregamento (inclusive tração, com a armadura necessária),
esta solução é mais adequada para dimensionamentos
calculados de modo à profundidade das
estacas ficar acima do nível d'água do terreno, a menos
que o solo tenha uma estabilidade adequada e
baixa permeabilidade a ponto de conseguir concretar
a estaca antes de um acúmulo excessivo de água no
furo aberto no solo, sendo quase impraticável em terrenos
com solos muito moles (como em argilas orgâ-
nicas, por exemplo) e na presença de água em solos
mais permeáveis e com baixa coesão. Mas, caso o solo
apresente baixa estabilidade, melhorando em seguida,
pode ser utilizado revestimento metálico recuperável.
Caso a instabilidade continue até a ponta da
estaca, pode ser preciso utilizar uma lama à base de
bentonita ou polímeros para dar suporte às paredes e
ao fundo da escavação. Com o uso de uma lama estabilizante,
pode-se executar estacas escavadas mesmo
abaixo do nível d'água.
Procedimento Executivo - Sua execução
se dá através da perfuração da estaca com trado
helicoidal, até a profundidade de cálculo, seguido da
concretagem da estaca, com auxílio de um caminhão
betoneira e, preferencialmente, com uma bomba para
concreto (concreto bombeável). Com o concreto ainda
fresco, coloca-se a armadura de arranque e posteriormente
completa-se a concretagem da estaca até
sua cota de arrasamento. Tanto a fase de perfuração
quanto a concretagem têm suas singularidades executivas
e merecem cada qual as suas parcelas de cuidados
a serem tomados. Na perfuração, é necessário
estar atento à profundidade de projeto da estaca, pois
uma maior profundidade pode representar um consumo
excessivo de concreto, mas uma profundidade
ou diâmetro da estaca inferior à necessária pode ser
insuficiente para suportar toda a carga a que a estaca
estará sujeita, e também quanto à não-verticalidade
da estaca, que representa, além de um erro grosseiro
de execução, uma redução na capacidade de carga da
estaca para resistir a cargas aplicadas verticalmente
(como as cargas de compressão dos pilares).
A título de informação, é interessante lembrar que
as estacas escavadas cuja seção não é circular e sim
“retangulares” ou em forma de “falsa-elipse” recebe a
denominação de estacas barrete.
DICAS PARA CONTRATAÇÃO
DE EMPRESA DE FUNDAÇÃO
1 - Verifique se a empresa possui a documentação
obrigatória em dia:
Todos os brasileiros possuem um hábito bastante
comum de verificar a situação dos clientes na hora de
realizar uma venda. Por outro lado, são raros os casos
de pessoas que verificam a situação do fornecedor do
produto ou serviço antes de contratá-lo.
Esta verificação é fundamental, pois se você contratar
os serviços de uma empresa que não está em
dia com as suas obrigações, é muito provável que
você enfrente algum tipo de problema com impostos
ou serviço adquirido.
Tratando-se de fundações a empresa pode ter
dificuldades, por exemplo, de cumprir obrigações,
o que pode gerar grandes transtornos para o cliente,
que certamente vai sofrer com atrasos na obra ou
até mesmo a incapacidade da empresa de terminar
os serviços.
Os documentos geralmente solicitados, que atestam
a boa situação da empresa, são:
• Contrato Social e alterações;
• Certidão Negativa de Débito (MUNICIPAL);
• Certidão Negativa de Débito (FEDERAL – INSS);
• Certidão de Regularidade de Situação (CRF –
FGTS);
• Certidão de Registro da Empresa no Crea-PR.
2 - Verifique a situação de registro dos
funcionários da empresa:
Quando uma empresa (ou pessoa) contrata os
serviços de outra empresa, ela fica solidariamente
responsável pelos funcionários que estão trabalhando
para ela, ou seja, ela responde judicialmente por estes
funcionários também.
Assim, quando você contrata uma empresa para
executar fundações em sua obra, é importante que
você peça a cópia da documentação destes funcioná-
rios para verificar se o seu registro na empresa está
em dia.
Os documentos geralmente solicitados e que atestam
esta situação são:
• Cópia da ficha de registro dos empregados;
• ASO – Atestado de Saúde Ocupacional;
• Ficha de entrega de EPI;
• Certificados de treinamento dos empregados;
• Apólice, Relação do Seguro de Vida;
• PPRA e PCMSO.
3 - Envie os documentos necessários para a
realização do estudo de solução e orçamento:
Para o dimensionamento de uma fundação e adoção
da melhor solução, é necessário um estudo detalhado,
que geralmente pode ser feito com base nos
seguintes documentos:
• sondagem do terreno onde será realizada a obra;
• planta de locação e cargas da obra.
Com base nestes documentos, o engenheiro da
empresa efetuará os cálculos para dimensionar a melhor
solução em fundação e o diâmetro e profundidade
das estacas.
Lembramos que este estudo é diferente para cada
obra, uma vez que cada obra possui características diferentes,
com cargas diferentes. Além disso, o estudo
de fundações considera tanto a estrutura a ser construída
quanto o terreno onde o serviço será executado,
o que significa que se você deseja construir duas
casas idênticas em dois terrenos diferentes (mesmo
que em locais próximos), é possível que a solução e
cargas adotadas nas duas fundações sejam diferentes.
4 - Verifique a capacidade técnica da empresa:
Antes de contratar a empresa, verifique se os equipamentos
que ela possui são adequados para a realização
da obra e se possui conhecimento e experiência
para a realização da mesma. Além disso, verifique se
há um acompanhamento da obra por um engenheiro
da empresa. Toda empresa de fundações deve possuir
ao menos um engenheiro responsável, que irá acompanhar
e coordenar o serviço em andamento.
E o engenheiro, que já possui conhecimento sobre
a obra desde o estudo do projeto, poderá no andamento
da obra decidir caso necessário, fazer alguma
alteração “in loco”.
5 - Solicite a cópia da ART da fundação
da obra:
Sempre que uma empresa de engenharia executa
algum serviço, ela deve fazer uma ART do serviço
executado, que é a Anotação de Responsabilidade
Técnica. Esta ART serve para indicar quem é a empresa
e o engenheiro responsáveis pelo serviço executado.
Se um fiscal do CREA visitar a obra e verificar
a falta deste documento, ele emitirá uma notificação
solicitando a regularização do serviço.