Publicado em: 22/08/2013 09:08
A relevância da questão ambiental é uma das poucas unanimidades mundiais da atualidade a merecer especial atenção de todos, principalmente dos profissionais da área tecnológica, dentre eles os peritos de engenharia e avaliações.
Sabendo-se que a questão energética é estratégica para o meio ambiente, principalmente devido ao gás carbônico emitido na queima de combustíveis fósseis e florestas, fica evidente que as obras da Engenharia estão diretamente relacionadas com a problemática do efeito estufa, merecendo estudo para minimizar o caráter poluidor.
O impacto da construção civil no meio ambiente é significativo, pois as edificações consomem aproximadamente 50% da energia mundial (construção e manutenção), 25% para a indústria e os demais 25% para o transporte, de acordo com dados da Associação de Estudos Geobiológicos da Espanha, na Jornada de Bioconstruccion (Madrid 1996), estudo de Sofia Bealing & Stefan e Philip Steadman.
Outros dados importantes sobre o impacto da construção civil no meio ambiente foram destacados pelo engenheiro Luiz Henrique Ceotto, na série de artigos publicados na revista Notícias da Construção, do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), em novembro de 2006.
Especial destaque para:
- Geração de 35% a 40% de todo resíduo produzido na atividade humana.
- A construção e reforma dos edifícios produzem cerca de 400 kg por habitante anualmente, volume quase igual ao do lixo urbano.
- A produção de cimento gera de 8% a 9% de todo o CO2 emitido no Brasil, sendo 6% somente na descarbonatação do calcário.
Medidas para reduzir os impactos
Dessa forma, é necessário adotar medidas para minimizar os impactos da construção civil no meio ambiente, cabendo destacar:
1. Redução do consumo de energia;
2. Redução do consumo de água;
3. Aumento da absorção da água da chuva;
4. Redução do volume de lixo e maior facilidade de reciclagem;
5. Facilidade de limpeza e manutenção;
6. Utilização de material reciclado;
7. Aumento da durabilidade do edifício;
Pode-se acrescentar também a facilidade de condições de uso e preservação ambiental das edificações, inclusive com o treinamento dos funcionários e usuários, como outro fator para evitar desperdício e poluição.
O mesmo ocorre nas demais áreas da Engenharia, pois são diversas as possibilidades de minimizar o impacto ambiental das criações, construções, destruições e reciclagens das obras.
As auditorias preconizadas pela Engenharia Diagnóstica não podem prescindir de recomendações quanto à sustentabilidade, principalmente nas fases do planejamento, projeto e execução, pois nestas etapas há possibilidades (aproximadamente 80%) de intervenções na vida útil futura de uma edificação.
É recomendável, na fase inicial, preocupar-se com a melhoria do desempenho quanto ao consumo de energia, emissão de CO2 e resíduos, em vez de fixar exclusivamente na redução de custos dos empreendimentos, como ocorre normalmente.
No decorrer da construção e manutenção restam, portanto, apenas 20% de possibilidades de intervenções que favoreçam a sustentabilidade, mas, nessas fases, ocorrem os principais gastos da vida útil da edificação, motivo de atenções quanto à economia de energia e preservação do ambiente, destacando-se a relevância do enfoque da sustentabilidade nas inspeções prediais.
Os problemas técnicos apurados nas perícias também podem merecer o enfoque da sustentabilidade, pois os reparos ou correções técnicas das anomalias devem ser executados em condições e oportunidades adequadas, inclusive com vistas ao aproveitamento máximo da vida útil do sistema.